Ai, eu tinha um bom cavalo...
Ai, eu tinha um bom cavalo,
Um cavalo endiabrado,
Tinha um sabre e um fuzil
E uma moça-feiticeira.
Mata o turco, o meu cavalo,
O polaco cega o sabre,
Ai, quebrou-se o meu fuzil,
Minha amada desprezou-me.
Pela estepe de Budjak,
Passa a tropa dos cossacos ;
Vou guiando arado e grade
Sobre o campo ressequido.
Êia! Êia! meu boi negro!
Quantos calmos nessa campo...
Sopra o vento levemente,
Ferve, alegre, a caldeirinha.
Quem na selva está — me chame!
Quem no campo — me responda!
Tudo dorme na neblina,
Venha a ceia partilhar!
... O eco morre atrás do arado,
Boia a lua , atrás da nuvem,
Sopra o vento levemente,
Arrefece a caldeirinha.
Do livro: "Antologia da Literatura Ucraniana", de
Wira Selanski, Companhia Brasileira de Artes Gráficas, 1959, RJ