ABRIL

A madrugada inaugura
a manhã ensolarada
e as noites frescas e estreladas.

Foi a chuva e em seguida
o breve silêncio de Deus
que de gota em gota
musgo de luz e de pálpebra
encerrou os idos.

A mentira, síntese de todos os pecados
e de uma virtude também,
abre o desfile meio cívico
meio anárquico das efemérides
com índio, descobrimento,
traição de um sonhador
e um guerreiro coragem e um pouquinho
de chumbo esperando
para entrar.

Eis aí abril
com seus trinta dias
de tirar o fôlego.

                  Liane dos Santos

« Voltar