AGOSTO

Sentir o tempo a gosto,
o verão que se esparrama
em calor, sombra e amor,
completa a natureza
em sua febre natural.
Sentir perfume ardente
de algo que amarela
e se descora noutra cor,
e também se regenera.
Sentir raios urgentes
nos eflúvios divinos,
sobre corpos orvalhados
de noite e de luar.
Sentir mais do que o tempo
agosto, em cinza e brisa.

Tempo e alma têm segredos
          que se irmanam.
          
                  Francisco Miguel de Moura

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