Dezembro

À flava e ardente luz das soalheiras
Desabrocham as rosas da poesia
Neste mez em que o filho de Maria
Enchem a terra de illusões fagueiras.

Hymnos de amor, canções alviçareiras
Vibram no espaço, e um fluido de alegria
O tédio vence e as almas inebria,
Numa expansão de crenças prazenteiras.

Campos e frondes, tudo se enjaldece
Ao mesmo sol que ao lábio accende a prece
E o coração em júbilos inflamma.

Noutes serenas, dias vaporosos!
Dezembro – quadra de pasteis e gósos –
Trazei goso e pasteis para quem ama!

                              Ernesto de Paula Santos

Do Almanach de Pernambuco, ano 5, 1903, Recife/PE
Enviado por Leninha
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N. E.: Foi respeitada a grafia da época.

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