Suor de Fevereiro
Entrego-me
ao vazio que habito
oco, sem cor
que construí
quando a vida sumiu
na sala desaperceibda.Olhei meus olhos
no espelho dos tue solhos
choravas o meu choro
como quem engole a saliva
do tempo.
Não sei o coração
que resta
e a visão das feras
que me golpearam
sei o punhal cortando
pingos de suor de fevereiro.
Lourdes SarmentoDo livro: Olhos de Tigre, Edições Bagaço, Recife/PE, 2001