Janeiro

Não sei porque, formosa, fico triste
Toda a vez que me vem mais um Janeiro,
Do anno velho a saudade me persiste –
E hei de te amar ainda um anno inteiro?!...

Os outros já murmuram... Que mez quente!...
Quantos cajus e ainda há cajus em flor!?...
Isto um dia se acaba, e de repente...
...Os outros sabem muito, meu amor.

Só eu não sei si o Tempo tem começo,
Que este é o anno bom, sei porque o diz o povo.
Mais um anno a viver!... Ai! duro preço!
Vamos, formosa, começar de novo.

                                        Gervásio Fioravanti

Enviado por Leninha

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