PAPOULAS DE JULHOÓ papoulinhas, pequenas flamas do inferno,
Então não fazem mal?Vocês vibram. É impossível tocá-las.
Eu ponho as mãos entre as flamas. Nada me queima.E me fatiga ficar a olhá-las
Assim vibrantes, enrugadas e rubras, como a pele de uma boca.Uma boca sangrando.
Pequenas franjas sangrentas!Há vapores que não posso tocar.
Onde estão os narcóticos, as repugnantes cápsulas?Se eu pudesse sangrar, ou dormir !
Se minha boca pudesse unir-se a tal ferida !Ou que seus licores filtrem-se em mim, nessa cápsula de vidro,
Entorpecendo e apaziguando.
Mas sem cor. Sem cor alguma.Sylvia Plath
Tradução de Afonso Félix de Souza