O mestreBato um dia, cansado, à porta da oficina,
No Pont-Vieux, em Florença, uma tarde de Maio:
Cinzelando, escandindo uma obra ou um ensaio
Vo V. Lopes, Celini e Bilac e Bartrina.Havia em torno a unção da Capela Sistina.
Cruz e Souza, orgulhoso, olho-me de soslaio;
Vi Cervantes, cantor do berço de Pelayo,
Victor Hugo — o albatroz, o condor, a águia alpina.Vi Dante, que desceu do Inferno e a funda gorja
E os revéis encontrou nas fogueiras terríveis...
Castro Alves temperava uma espada na forja.Antero de Quental dialogava com a Glória...
Só B. Lopes me ouviu, dos deuses impassíveis,
— o Mestre dos Brasões, da eviterna memória!Jonas da Silva
"Do livro: "Ânfora", Tip. Leuzinger, RJ, 1900, in: A Poesia Piauiense no Século XX, org. Assis Brasil, FCMC/Imago, 1995, CE/RJ