BR

Passo uma temporada no inferno doméstico.
Nem frio, nem quente; lixo fedorento.
Esquizofrenia com pretensão de lucidez.
A politização não deveria, mas gerou alienação ao trabalho.

Explosões nucleares em meu cérebro
Me fazem sentir a coluna feita de merda.
Não consigo dormir, nem ficar acordado.
Uma 765 resolveria meus problemas.

Não pense que usando em mim mesmo.
Há crânios melhores para recebê-la.
E quero deslizar pelas ruias e avenidas
Como a água cáustica da chuva ácida.

É setembro de 1992. Sem dinheiro - crime.
Não trago poder aquisitivo ao lar - crime.
Décadas são o acúmulo da ignorância.
Temos eleições municipais e votação do impiechment.

Deixa. Deixa pra lá. Ha! Ha!
Há uma primavera, lá fora.
Mesmo que fosse inverno.
O Brasil é lindo.

                                          Rynaldo Papoy

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