RIO DE SETEMBRO

Vagalhões de aço
Passam pelo paço
Cólica bucólica
Igreja Católica
Exigindo a fé
Do índio Aimoré

Prossigo a pé
Pela São José
E vejo que o Rio
Por dentro é vazio
Mas carrega o sonho
A que me disponho

Dentro da cidade
A mediocridade
Gente com ganância
Com raiva e com ânsia
Em plena avenida
Morte colorida

Sol irradiante
Gripe galopante
Espirro meu fluido
Com muito descuido
Na calça do terno
Do homem moderno

Rio de setembro
Ainda me lembro
Flores na varanda
O bonde, a banda
Crença de criança
Que entrou na dança

Da Pedra Bonita
A cidade excita
Alagados, praias
Samba, samambaias
Você é capaz
De viver em paz

                Felipe Cerquize

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