CIRCE

No suntuoso palácio onde vivia
Os amantes transforma em animais
Quem seu abraço sensual sentia
Da ilha de Eros não voltaria mais.

Com sortilégios e feitiçaria
Ela evocava os deuses infernais.
Cativava os amantes com a magia
Dos sonhos dos seus beijos sensuais.

Náugrago, Ulisses chega nessa ilha
Onde, em êxtase, sente a maravilha
Do seu corpo e a harmonia do seu canto.

Hermes do herói evita o sacrifício,
Deu-lhe a planta que anula o malefício
De Circe, e quebra todo o seu encanto.

  

PENÉLOPE
 
Penélope o dia inteiro fia
À espera do querido esposo ausente.
Mas, vindo a noite, o plano que ela urdia
Desfaz. Começa tudo, novamente.

Nobre, dia após dia, na porfia
Desse trabalho cauteloso e ingente.
Assim, seu novo casamento adia
Mentindo para cada pretendente.

E enquanto Ulisses pels mares voga,
Do olimpo, aos deuses toda a noite roga
Para que volte o seu herói amado.

Após andar por encantadas ilhas
E vencendo de Circe as armadilhas,
Regressa ao lar o Rei tanto esperado.

                      Custodio de Azevedo Bouças

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