Baixel veloz, que ao úmido elemento
A voz no nauta experto afoito entrega,
Demora o curso teu, perto navega
Da terra onde me fica o pensamento!
Enquanto vais cortando o salso argento,
Desta praia feliz não se desprega
(Meus olhos, não, que amargo pronto os rega)
Minha alma, sim, e o amor que é meu tormento.
Baixel, que vais fugindo despiedado,
Sem temor dos contrastes da procela,
Volta ao menos, que vais tão apressado,
Encontre-a eu gentil, mimosa e bela!
E o pranto qu’ora verto amargurado,
Possa eu verter então nos lábios dela!