Estes os olhos são da minha amada:
que belos, que gentis, e que formosos!
Não são para os mortais tão preciosos
os doces frutos da estação dourada.
Por eles a alegria derramada,
tornam-se os campos de prazer gostosos;
em zéfiros suaves, e mimosos
toda esta região se vê banhada.
Vinde, olhos belos, vinde; e enfim trazendo
do rosto de meu bem as prendas belas
dai alívios ao mal, que estou gemendo:
mas, ah! delírio meu, que me atropelas!
Os olhos que eu cuidei que estava vendo
eram ( quem crera tal!) duas estrelas.
Cláudio Manuel da Costa
Do livro: "Livro do Corpo", LP&M Editores, 1999, RS
Enviado por: Márcia Maia