Ó mãos ebúrneas, mãos de claros veios,
esquisitas tulipas delicadas,
lânguidas mãos sutis e abandonadas,
finas e brancas, no esplendor dos seios.
Mãos etéricas, diáfanas, de enleios,
de eflúvios e de graças perfumadas,
relíqiuias imortais de eras sagradas,
de antigos templos de relíquias cheios.
Mãos onde vagam todos os segredos,
onde dos ciúmes tenebrosos, tredos,
circula o sangue apaixonado e forte.
Mãos que eu amei, no féretro medonho
frias, já murchas, na fluidez do Sonho,
nos mistérios simbólicos da Morte!
Cruz e Souza
Do livro: "Livro do Corpo", LP&M Editores, 1999, RS
Enviado por: Márcia Maia