É tão divina a angélica aparência
e a graça que ilumina o rosto dela,
que eu concebera o tipo de inocência
nessa criança imaculada e bela.
Peregrina do céu, pálida estrela,
exilada na etérea transparência,
sua origem não pode ser aquela
da nossa triste e mísera existência.
Tem a celeste e ingênua formosura
e a luminosa auréola sacrossanta
de uma visão do céu, cândida e pura.
E quando os olhos para o céu levanta,
inundados de mística doçura,
nem parece mulher - parece santa.
Adelino Fontoura
Do livro: "Livro do Corpo", LP&M Editores, 1999, RS
Enviado por: Márcia Maia