Eu não quero outro amor; sou como
o cervo
Que a raiz encontrou no jibatã;
Ali se abriga na floresta escura,
Lá viu-o a noite, e vê-lo-á
a manhã.
Eu não quero outro amor; não
quer a paca
Mais de um caminho, procurando o rio,
Ali a espera o caçador malvado,
Ali ferida, soluçou, caiu.
Eu não quero outro amor - sou
como o índio
Que caminha buscando o Taracuá:
Afeito ao fogo da escolhida planta
Vai andando e rejeita o Biribá.
Eu não quero outro amor - não
quer a planta
Outra seiva, outro sol, estranho chão:
Não cresce longe, mas definha
e prende
Amando o sol que encubara o grão.
Eu não quero outro amor; sou como
a seta
Que num vôo somente corta o ar;
Se perde o golpe tomba logo inerte
Entra o índio sem caça
o tijupar.
Eu a vítima fui da seta ervada,
De plumas verdes, venenoso fio;
Mas não quero outro amor, ajoelho
e beijo
O pó da campa que este amor abriu.
Porque eu sou como a abelha que rejeita
Um novo cetro se o primeiro cai;
Iramaia perdida nos desertos
Peregrina, chorando a morte atrai.