Saudade

      Nas horas mortas da noite
      Como é doce o meditar
      Quando as estrelas cintilam
      Nas ondas quietas do mar;
      Quando a lua majestosa
      Surgindo linda e formosa,
      Como donzela vaidosa
      Nas águas se vai mirar!

      Nessas horas de silêncio
      De tristezas e de amor,
      Eu gosto de ouvir ao longe,
      Cheio de mágoa e de dor,
      O sino do campanário
      Que fala tão solitário
      Com esse som mortuário
      Que nos enche de pavor.

      Então — Proscrito e sozinho —
      Eu solto aos ecos da serra
      Suspiros dessa saudade
      Que no meu peito se encerra
      Esses prantos de amargores
      São prantos cheios de dores:
      — Saudades — Dos meus amores
      — Saudades — Da minha terra!

        Enviado por: Marc Fortuna

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