1. Oh meu pobre animalzinho,
Oh meu Apolo querido!
Ainda tua lembrança
Não saiu do meu sentido.
2. Amor, inveja, ciúme
Te trouxeram ao meu poder:
Preferi-te a Bracaforte
Sem tua sorte prever.
3. Vieste tão pequenino,
Tão fraco, tão inocente
Que me fazia tremer
Por ti qualquer acidente.
4. Cresceste à minha vista,
Perto de mim te criei;
Amaste-me em paga disso,
Por isso mesmo te amei.
5. Ganhaste meu coração
Com o teu terno carinho;
Eras o meu companheiro,
Oh meu pobre animalzinho!
6. Os afetos da minha alma
Em meu semblante estudavas,
Sempre atento e decidido,
Por ele te regulavas.
7. Se em meus olhos descobrias
Sinais de acerba aflição,
A meus pés guardavas triste
A mais perfeita inação.
Ana Eurídice Eufrosina de Barandas
Do livro "O Ramalhete, ou Flores Escolhidas no Jardim
da Imaginação" (estudo da biografia da autora, atual. e notas
no texto de Hilda Hubner Flores), Nova Dimensão/EDIPUC, 2ª
ed. 1990, RS
Enviado por: Leninha