Cristo no Gólgota
Ao martírio da Cruz, de bens fecundo,
De Deus caminha o plácido Cordeiro;
Em denso véu de trevas o luzeiro!
Do dia se retrai com dó profundo!
Ao vozear do bando furibundo,
Treme do Gólgota o sagrado outeiro;
Dos rebatidos cravos do madeiro
Brotam faiscas que dão luz ao mundo!
Alí, de sangue lágrimas vertendo,
Das virgens a suprema magestase
Ao suplício do filho assiste horrendo!
Cumpre-se a farisaica atrocidade:
Aos seus algozes o perdão dizendo,
Morre o Cristo e...renasce a humanidade!
Moniz Barreto
Do livro: "Os cem melhores sonetos brasileiros", Livraria
Freitas Bastos, 4ª ed., 1941, RJ
Enviado por: Belvedere
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