Os sentidos corporais

Quis Deus, para que o mundo eu bem gozasse,
Que - de cinco sentidos - me servisse:
Deu-me OLHOS para ver o que existisse,
OUVIDOS para ouvir o que escutasse;

NARIZ para cheirar o que cheirasse,
Embora cheiro bom ou mau sentisse;
BOCA para gostar, se ao gosto a abrisse,
E MÃOS para apalpar no que tocasse.

Desta sorte formado - vendo e ouvindo,
Apalpando e cheirando, o mundo arrosto,
Gostando de (o) gozar, e assim vou indo.

Que a vida não é má!... isto eu aposto!
Pois dos - cinco sentidos - me servindo,
Eu - ouço, vejo, cheiro, apalpo e gosto.

                                        Francisco de Paula Brito

Enviado pelo escritor e pesquisador Mário Alves de Oliveira, com a seguinte informação de fonte:
"Publicado pela primeira vez em 10 de outubro de 1860 na página 3 do Correio Mercantil , jornal do Rio de Janeiro, este soneto foi republicado dois dias depois, anonimamente, na página 4 de A Marmota de 12 de outubro de 1860".

 

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