Flores Azues, e tão Azues! Aquelas...
Flores azues, e tão azues! aquelas
Que numa volta do caminho havia,
Lá para o fim do campo, onde em singelas
Brancas boninas o sertão se abria.
À ramagem viçosa, alta e sombria
Presas, que azues e vívidas e belas!
Um coro surdo e múrmuro zumbia
De asas de toda especie em torno delas.
Nesses dias azues ali vividos,
Elas azues, azues sempre lá estavam,
Azues do azul dos céus de azul vestidas;
Tão azues, que essa idade há muito é finda,
Como findas os sonhos que a encantavam,
E eu do tempo através vejo-as ainda!
Alberto de OliveiraDo livro: Obras-Primas da Lírica Brasileira, Seleção de Manuel Bandeira, Livraria Martins Editora, s/d, SP
Enviado por Leninha