o país que não conheço deu-me um bisavô

o país que não conheço deu-me um bisavô,
navegante simples em seu barco cheio
de peixes, que sempre volta à terra firme.
o país que não conheço deu-me um bisavô,
encantador de histórias do céu, fogo e ar.
lá no meio da baía vislumbra um castelo.
lá no meio da baía vislumbra um cardume.
o país que não conheço deu-me um bisavô,
bisavô dourado feito sol em ondas extensas,
bisavô que tarda e não falha a içar às velas,
bisavô que cedo madruga: que faz despertar
o mar que em mim se agita, me embarca
em tamanha travessia e liberta imagens
que chegam num turbilhão de norte a sul...

José Aloise Bahia

Do livro: "O Achamento de Portugal”, Anomelivros, 2005, MG

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