Gravura III Celito Medeiros <http://www.pinturadigital.com.br>
SEIXOS TRANSPARENTES
De tanto amor e dor que a ti concedo
meu corpo de minha alma se liberta.
O amor não tem remorsos nem avessos
A dor, porém, fulmina e não me alerta.
É sôfrega a palavra que me invade
em trajes tão secretos e prementes!
Melhor seria a dor em seu contraste
vertendo a seiva em seixos transparentes.
Viver em ti não pode ser promessa
de noite entristecida alvorecer
e nem apaga a dor que em mim professa.
Assim transcendo a busca que não cessa
e a brisa flamejante vem trazer
o aroma do pulsar que me interessa.
Márcia Sanchez Luz