LABIRINTO
Há muito tempo adentrei intrincado labirinto
Era-me tão simples começar e retornar
O caminho foi ficando mais confuso, crítico
Numa noite me perdi, e me perdia mais ao procurar...
Um dia uma voz gritou meu nome e esperei
Aproximou-se uma mulher que era céu e mar
Seu nome era Ariadne, sua paz me fez esquecer
Por um breve momento eu não precisava escapar
Eu via nos seus olhos a saída, eu via o céu e o mar
À noite eu lhe nomeava as estrelas e constelações
E ela me falava sobre o caminho a trilhar
Mas eu tinha muitas, mil, infinitas indagações
E quando ela se foi, permaneci a indagar
Outras pessoas encontrei, algumas também perdidas
Algumas sabiam o caminho e tentavam me levar
Hoje, dizem, a saída está tão distante quanto a estrela matutina.
Marcel de Alcântara