uma questão de temposhouve um tempo em que não
acreditava em guerras
— em guerras reais —
era jovem e se atinha àquelas
contadas nos romances e livros de história.mas o tempo, esse implacável e ardiloso
anti-cúmplice do sonhar, tratou
de lhe mostrar a guerra
as guerrasdesde então, sente-se mais só, mais
vazio, mais descrente
cada vez que uma nova se anunciacomo ontem, como agora
e vê-se velho e seco e cinza
ao olhar-se no espelho
de manhã.mais velha e seca e cinza
só a sua antiga e radiosa esperança
porque esta, meus amigos, esta
está irremediavelmente morta.Márcia Maia