A MORTE DE UM POETASilas Corrêa LeiteIn Memoriam de Waly Salomão (05.05.03)
Morreu o Salomão Bahiano sírio de Jequié
Das epifanias rebeldes
Onde está o Waly?
Transformou cuscuz em poesia pedrês
Fermentou a verborragia de arames
Fez das tripas barracão e, Saravá, Navelouca
Pegou a palavra pelo pé na cozinha afro-areal dos andaimes-coragensMorreu o Salomão Bahiano sírio de Jequié
Cigarra em saaras tropicais
Onde está o Waly?
Foi cantar noutra freguesia sideral
Atrás do crio elétrico como um vampSer
Espremer acnes celestiais na face dos dilúvios
Muito pelo contrário em si mesmo salinas com encantários bisotêsMorreu o Salomão Bahiano sírio de Jequié
Tamanho e documento
Onde está o Waly?
Agora mistura bossa-and-rol vésper com
Alka-seltzer-ausência tipo Lado B quirera
Restropicalha pop com angu de brasileirices
Sua poesia (cactus-vítreos) tomou licor de ausência banzos-sucrilhos............................................................................................................
Ficamos todos órfãos de seu balaio de recolhes flagramenthus
Restamos todos alices sem leminskis e mandorovás-camaleões
Atirando o pau no guarda dos ditames catamarãs neoliberais
Pimenta nos olhos de Deus são óreganos, pixains & jazidas.
AO POETA BAIANOVocê agora zarpou
na Navilouca.Como bom baiano
amou
polemizou
viveu a cultura
em suas últimas instâncias.Cidadão de seu tempo
em suas várias faces
& disfarces
você desafiou as estruturas.Porém a Navilouca
tinha de partir.É você
Wally
foi escolhido o timoneiroRicardo Mainieri