À ETERNA LYGIA
(09/11/1918 - 23/07/2003)

                             — sua neta, Cristiana de Barcellos Passinato, por toda a família

Mamãe,
Vovó,
Morena,
Flor,
Tia,
Irmã,
Lygia,
Anjo...

Não!
Você não se foi, apenas mudou para os Céus,
E ao lado de Deus poderá nos avistar,
Com seu discernimento sempre a nos guiar.

Onde estiver, ouça as palavras dos seus,
Escute nosso grande grito,
Que ele ecoe nos céus,
Aquele céu...
Vislumbrado pelas crianças!
O mais singelo, o de cor mais pura,
Como você, nossa doçura.

Aquele céu...
Vislumbrado por você como Paraíso!
O mais bonito e claro,
Merecedor de sua candura.

Anjo em vida,
Anjo alado pela paz,
Sorrindo com discrição,
Grande motivo de nossa emoção.

Manto e esteio de muitos,
Revelou o seu enorme amor.
Dividindo-se entre esposa, mulher
e carinhosa mãe: sua grande vocação.
Foi uma grande parceira,
Doando-se sempre por inteira.

Professora que professou o verbo amar
Com maestria e louvor, repetindo-o como avó,
Como tia, e grande amiga, sempre presente,
Incessante, cativante, reta, persistente
(retidão sempre foi uma de suas qualidades,
apontando o caminho,
com fé, esperança e dignidade).

Irmãos, amigos, sobrinhos sabem que, sem igual,
Sem diferenças, ela os soube acariciar, com carícias necessárias
— Nem sempre com gestos claros, físicos, visíveis,
Mas sempre com lúcidas palavras, convincentes
Em tempo, ponto e momento certos,
Frutos de bondosa vivência:
Voz doce e altiva, pela autoridade da experiência.

Não pensou em nada para si,
Somente dedicou-se à caridade para os outros;
Cuidou de pequenos detalhes,
Sem exageros de demonstração,
Sempre na medida exata,
Embora de amor transbordasse seu coração.

Coração que, de grande não suportou
A grande emoção,
A vida,
O mundo.

Esse mundo que já não era o mesmo,
Essa vida que não era tão tranqüila,
Essa luta que não era mais justa,
Essa lida, já tão sozinha.

Lygia se foi,
Mas deixou a grande lição,
A mais válida:
A DO AMOR!

L inda,
Y oung forever,
G rita uma oração
I  nda presa na garganta
A liada a Deus passa sua mão suave por nossas frontes, aliviando nossas dores.

Adeus querida avó,
Sempre te amei e tentei te preservar,
Quis contigo o tempo inteiro estar,
Até o final eu te ouvi,
E da última palavra que me disseste, nunca esqueci.
Sendo só humana, não pude te salvar...
Mas saiba que enquanto eu viver, por ti estarei sempre a rezar.

Cris Passinato

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