I
Dia da Indignação

Quatro cores surradas
De uma bandeira arriada
Por lambadas de tempos idos
Pau-café de um Brasil roubado
Debaixo de narizes atônitos
Que se esgueiram nas guerras·
Da nação por vir

Guerras maltrapilhas e arranjadas
E tanto sangue derramado e enganado
Pelas astutas palavras de cárcere do demônio
Vis sombras em verde-oliva
Roubando o pote de ouro no final do arco-íris
Abaixo comando negro, abaixo com sua covardia
Já descobrimos tua cara de Judas
Mas até peço desculpa agora
Pois Judas beijou uma face
Quanto a você, retirante retirado
Envenenou uma Pátria inteira.
 

II
Acampada

Sorrateiros nas terras Cruz
Isso nem vem de agora
Vem de longe, meu Jesus!
Caras pálidas de susto e horror
Mais um tiro sai da luz!
Desordeiros com progresso
E um povo que sonha, mas não produz
Valei-me, Nossa Senhora!
Ecoa pelos vales do Mus

Será que só tem um jeito?
Entregarmos nas mãos de Deus?
Mas fica a sonora pergunta
O que fizestes pelos filhos teus?
Responda, carrancuda figura incerta
O que fizestes dos filhos teus? Márcia  Ribeiro
            31-03-04

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