Rimas?
Que rimas, que nada
Falo da alma
Digo do presente
Não ignoro o passado
Defloro o futuro
Exploro a vida
Canto o feminino da flor
Ignoro a tentativa dos incautos
Enalteço a bela negligência
Socorro as letras que gritam
E não sucumbem nos calabouços dos falsos
Exprimo a alegria de "mim" ser o que sou
Largo, em avenidas de tantas vidas
Solto, em travessias de rumos incertos
Calando a voz de quem nem viu a banda passar
Abrindo os olhos pr'um céu de versos rasgados
Buscando em Geni a história de todos nós
Chorando e sorrindo, para mais uma estrela nascer
Hoje, ontem;
Louco! Sinto que sou o amanhã
Guri de sérias caminhadas
Homem de engraçadas trilhas
Verbos de desagrado desagravo desgraçado
Impostos por impostores que hoje choram
Em lágrimas disfarçadas à minha vitória
Quando, insanos, giram sobre os próprios pés
E dizem, aos ventos nunca surdos
— Mirem-se no exemplo dos Chicos Buarques...
Márcia Ribeiro