"Enquanto o Rei da Espanha sai para matar elefantes na África, me lembrei deste poema que está em VESTÍGIOS (Rocco, 2005)"

ELEFANTES

Entrementes leio
que em Daknei
os elefantes vão ao rio banhar-se
na Lua Nova
e depois de assim saudá-la
voltam à floresta tranquilos.

Quando doentes
(também leio)
com suas trombas
lançam ramos de árvores
ao céu
como se oferecessem sacrifício
a um deus qualquer.

Pode ser tudo interpretação humana.
Mas na India (já foram vistos)
no crepúsculo
— os elefantes choram.

               Affonso Romano de Sant'Anna

Do livro: "Vestígios", Rocco, 2005, RJ

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