Para Oscar Niemeyer, em sua passagem.

Escorregaste pelo escorregador
de uma infância presente
em tua maturidade,
subiste a montanha russa das curvas vertiginosas
-que ao desenhar, apaziguaste.
Criaste, criaste, por criAr
era teu Ar absoluto e necessário.
Niemeyer, teu prenome predestinava-te ao Oscar
em cada brasileiro
que no regozijo da contemplação
cantava em loas dentro do self,
tua excelência.
Orgulho de todos nós,
tão carentes de verazes heróis!

Simone de Beauvoir registrou em livro
a passagem por Belo Horizonte.Perto da Praça da Liberdade,
sentia que um prédio curvilíneo
parecia seguí-la, ao vê-lo de qualquer parte
daquela Parte da capital mineira.
Claro, uma de tuas obras projetadas
no embalo das curvilíneas e elegantes marcas
que traçaste para a eternidade.

Cumpriste o círculo, por inteiro ou em segmentos,
acompanhaste com a ponta do dedo, o desenho do caracol,
dos búzios, das ostras,e acabas
de cumprir teu ciclo do labirinto,
depois de recriar o minotauro do cotidiano
em tua Creta particular.
Por certo agora, Ariadne abrigou-te
na Coroa Boreal,
depois de lançar à terra seu fio salvador
por onde subiste para encontrares Teseu .

será que agora retraçarás o Cosmos?

                          Clevane Pessoa de Araújo Lopes

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