Registros poéticos

 
Horas paradas

Misterioso sítio
pertences de pessoas
projetos de ninguém
        ca
               í
                   dos
entre terra  e lama
escondidos

Arcadas
lâminas de sol  acorrentadas
ao chão cru

Quem é o faze-dor desta miséria?

Relógios nada mais têm  a marcar
crucifixos soltos
pelo chão
pendem   já órfãos

E no caminho  uma pergunta
                                    elementar

Não temos nada   nada ainda
        para dar
             E não sabemos nem se existe
                                           lenitivo

Estará tudo dominado
[como dizem por aí]

em definitivo?

Eliana Mora
14 de junho de 2002
Para Tim Lopes - jornalista assassinado pelo Crime Organizado no Rio de Janeiro



 


Triplix em homenagem a Tim Lopes

 A Tim Lopes/ Companheiro / Assassinado

bala amarga, // certeira e programada // frio metal vil
que mata, // reduz a vida e maltrata // deixa ecos sem dó
mas não cala...// Crava a revolta - mais nada. // Vida trocada por pó...

Aila Magalhães (CE) / Eliana Mora (RJ) / Angela Bretas (USA)

« Voltar