CANTO A DUAS VOZES
flores jogadas no chão
lendas num cartão postal
chave largada no jarro
cartas emboladas
lençol de linho bordado
dobrado de amor finito
suflê de abóbora com queijo
no forno esbrasiado
armários pela metade
cds espalhados
e um mamão partido ao meio...
sua voz ressoa entre os móveis, talheres e taças
sem tempo, sem volta,
tantas voltas nos voltaram
tantas pautas nos ligaram
momentos de alegria nos retratam espocados
jogo tudo fora
seu pijama cor de cravo
vinte anéis de uma ilusão
chuva fina cai e chora
relógio marca o compasso
amor equacionado no bilhete ao pé da porta
rebuliço de palavras por mais raras
fascinantes
magia lua amante
vou seguindo adiante, com a viola em contracanto
estou ralada de saudade.Regina Costa