Milagre das Rosas

Confundidos estandartes se elevam
A receber o sol em louvação
Deus vos salve Isabel, menina
Deus vos pague Isabel, Santíssima.

De suas benditas mãos, o pão divino
A rosa benta consagrada
Dos cantos a canção
A louvação dos versos da oração.

Corações ao alto
Corpos devotados ao chão
O divino é cetro
A coroa é o pão.

Divina luz, cá estou
Divina rosa abençoada
No genuflexo dever de louvação
Na genuflexa razão de minha fé.

Esta festa é calis bento
Bendito pão de vosso ventre
Bendita rosa de vossa alma
O bendito amor de uma paixão.

Isabelzinha querida
Isabelzinha menina
A massa te clama
Teus filhos te louvam.

A procissão sai em busca de ti
Do pão de suas mãos
Das rosas divinas
Dos anjos de Jesus.

Voa, voa pombinha menina
Tocando e cantando
As preces divinas

Voa, voa pombinha santíssima
Cantando e tocando
As preces divinas.

            Darlan Alberto Tupinambá Araújo Padilha

3º lugar no Concurso Letras do Divino - 2006 - Itanhaém/SP

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N.E.: Junto com o poema veio uma mensagem que julgamos interessante a cerca do fazer poético, quando esse requer pesquisa e envolve novos conhecimentos. Comunica o autor em 7 de junho de 2006: "Estive em Itanhaem para receber meu prêmio de 3º lugar no Concurso Letras do Divino. Lá, fomos recepcionados na Igreja matriz, erigida em 1600 (Igreja de Sant'ana). Depois da cerimônia houve um coquetel no alto da torre, onde foi servido um licor de mais de 200 anos feito ainda no tempo da Corte Portuguresa no Brasil. Foi maravilhoso! O interessante é que quando compus o poema Milagre das Rosas, não tinha em mente nada que me levasse à Festa do Divino, já que jamais apreciei uma; mas fui em busca de algo que me chamasse a atenção: daí encontrei a bela história de Stª Isabel, esposa de Dom Diniz (das cantigas trovadorescas) — e o resultado foi esse".

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