TUDO OUTRA VEZ!
na flor da terceira idade
poeta, ainda menino,
que sempre viveu a vida
um dia de cada vez,
que cometeu desatinos
pudera, quem não o fez?
imperito em fazer planos,
viveu ao longo dos anos
tentando ser bem melhor!
não o movia a ambição
mas, o senso de obrigação
que sempre soube de cor!
tentou forjar o destino,
tirou pedras do caminho,
atirou milho aos pombos,
evitou bala perdida,
riu dos seus próprios tombos,
afinal, quem não os teve?
rezou a sua cartilha,
criou sua própria ilha
de Passárgada, de Utopia,
e na magia da poesia,
muitas vezes, lá esteve!
plantou árvore, teve filhos
que não sairam dos trilhos.
livros? tentou escrever!
teve amores verdadeiros,
ilusões e devaneios,
quase se perdeu em meio
ao delírio das paixões.
suas palavras serenas,
sedutoras e amenas,
balançaram corações!
teve coragem, teve medos,
juras secretas, segredos.
se contar, quem acredita?
sonhos de um eremita,
pois onde é que já se viu
crer em palavra, ora dita
por um menino senil,
que revendo a origem, o ovo,
vendo o que não fez e o que fez,
tem a certeza inconteste
de que passou pelo teste
e que faria tudo de novo,
faria tudo outra vez!
Antonio Carlos de Paula
Poema classificado no 7º concurso de Poesias de CNEC/FACECAP Capivari SP, 2007.