JOVEM NA CHUVA
(Com o sinal fechado)

Ela saltara a poça alegremente,
livros na mão, sorriso radiante,
Do grupo brincalhão, seguia adiante,
a liderar, altiva, aquela gente.

Rendido, sob olhar onipotente,
o poeta lamenta não ser Dante,
para tudo o que veja e sinta cante,
eternizando a bela adolescente.

Molhada, a blusa fina é transparente,
e os mamilos dos seios despontantes
despertam um desejo incontinente.

Mas nem sempre é possível ao vivente
alcançar bons momentos tão distantes:
ouço sons de buzinas estridentes.

Fortaleza, 1988

                                     Aníbal Albuqueraue

4º lugar no III Concurso Nacional de Poesia GLAN, Volta Redonda - RJ, 2008

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