FIOS DA VIDA

Fios confusos da vida
que não atam nem ligam os dias transcendo auroras agora vazias
na ironia e explosões em espirais
oscilante, tremula
com um soluço aflito, estrangulado
mergulho ávida no pulsar das entranhas 
tento o resgate do calor do sol
o renascer da alma que sonha
que vai despedindo lentamente 
gravando histórias na folhas secas do destino


SÚPLICA 

Calem minhas mãos 
não desfolhem minhas pétalas
são notas que choram melodias
abrindo sonatas a cada amanhecer.

Calem minha boca
não arranquem minha poesia
é música que nasce da minh' alma 
florescendo acordes que acordam as estrelas.

Calem meu corpo
não as árvores, nem os galhos gritantes
ou as folhas que dançam com o vento
colorindo a eloqüência do universo.

Calem tudo
mas não cortem os fios vibrantes do amor
os aromas risonhos das flores
ou clamor das ondas
quebrando a aridez da vida.

                                     Maria Thereza Neves

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