VIDA

Semente oculta na polpa do fruto,
A morte habita o âmago da vida.

Demora em nós a eternidade
E espera que se cumpra
O tempo da sazão.

Tombaremos no solo escuro.
Do alto ramo oscilante,
Procuraremos ignorá-lo.

Semente oculta na pola do fruto.
A vida brota do âmago da morte,
Imperecível.


DESPERTAR

Deteve o passo
e tombou
na água funda e misteriosa.

Na outra margem,
acordou
do pesadelo da vida.

                                     Helena Kolody

Ambos os poemas do livro: "Viagem no Espelho", Editora UFPR, 4ª ed., 1998, PR

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