O RUBI NO CENTRO DO VERMELHO

A graça
Da vida é transformar-se,
Como simples pedra
Rolada nos limites de um rio.
Ser o fio na seda,
O rubi
No centro do vermelho,
Ser o olho,
Da emoção, o dedo.
E da suprema inspiração
Dos deuses: os avatares,

E da concha da mão,
Revelar segredos,
Quando cair sobre o papel,
E erguer,sem pesos,
O corpo fluídico
De um poema.
E num pequeno
Pentagrama de opala
E ouro,
Criar a imagem fugaz,
Como um halo astral,
Estrelas na noite escura,
Orgia de astros
Em fagulhas.

                   Sandra Fonseca

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