VIDA

Vida
que me elastece os passos
e me põe nos braços
os seus mortos.
Em seus frios critais
a minha sede
bebe morno o que bebe.
Eu a quis terra
da expectativa dos frutos
e dos ossos: quis
espada
sobre a decisão que me divide
os pés fincados no chão e a voz
                                     subindo.

Mas ela me pôs nos braços
                          os seus mortos.

                         Celina de Holanda

Do livro: A mão extrema, Edições Quíron Secretª de Educação e Cultura de Pernambuco, SP/PE, 1976

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