MARINHAS
(três fragmentos)

Com tanto lixo a boiar,
— Caymmi que me perdoe —
é triste morrer no mar.

De tralha, coisa velha e porcaria
o mar virou um baú:
as gaivotas cederam a vez
aos urubus.

E as sereias e as iaras que cantavam
para os homens atrair,
hoje, em coro, só apelam
para que as tirem dali.

                                  Leila Míccolis