Auto do boi

O canto ecoa na clareira,
e tudo é festa.

Tupã, ameríndio, concilia
com Javé, e são um
que preside e assiste
ao solene desfile dos fantasmas
de legiões de povos dizimados
que foram evocados para o rito.

O auto continua,
e o povo exulta em suas fantasias
e danças sensuais
ao gingado do boi.

São belas as canções tecidas na floresta
da memória
e do ancestral orgulho.

O Amazonas murmulha baixinho,
enquanto segue viagem,
e participa e se alegra
como um pai que perdoa.

                                       Alcides Werk