CATRINA

A trilha dos oprimidos...
Pelo caminho brincam o BOI
É a farra de periferias, arrabaldes.
Assaltos e mortos ficam para trás.
É o BOI QUE BUMBÁ

Corre à janela menina!
Por baixo da fantasia se esconde a razão
de tanta alegria.
É o BOI QUE BUMBÁ

Corre à janela
O teu amor vai ver
Oh menina!

O grupo alegremente invade o terreiro
Contando o mito:
um bravo vaqueiro desafiou
a ira do dono da vila
a língua do boi arrebatada
pelo fruto do teu amor
Catirina!

O que intumesce o teu ventre
nutre teu sonho
Vem Catirina!

Um clamor bumba na noite
E, os deuses dos índios
Ouvem a menina!
Magia da vontade
o amor toca os céus
Ressurge meu boi!

Memória e presente
Mito e realidade misturados
a rotina da noite é modificada
pelo som dos tambores
Um convite à dança
Agora tudo é alegria
Desce ao terreiro
Oh menina!



Jurema (*)

É lua nova
habito o fundo
das águas
para onde me trouxeste cativo
o teu encantado
predileto

É lua nova
me angustio
temo que tragas
outro habitante
para a cidade
do meu sonho

(*) Segundo as lendas a cabocla Jurema habita as cidades existentes no fundo das águas e tem a lua nova como período predileto para realizar seus trabalhos de encantamentos.

                                                  Nazilda Corrêa