A burguesia nobre
Esquece dos garotos pobres
Deitados nas calçadas
Crianças mal amadas
Olhos bem fundos
Sonhos profundos
Ao relento pertencem
Quando ficam doentes
Dormem ao frio
Tomam banho no rio
Imploram clemência
Recebem dormência
Deles ninguém querem saber
E nem vê-los crescer
Sem pais semprem viveram
Desde o dia em que nasceram
Meninos de rua
A verdade nua e crua
São apenas lembrados
Em campanhas eleitorais
Quando se revoltam
E com fome alguém roubam
Pessoas alegam impunidade
Combatendo-os com crueldade
Onde estão os omissos psicólogos?
Ou os falsos sociólogos?
Constroem um país sem identidade
Dilacerando toda a humanidade
Onde estão os políticos?
Para cuidar dos aflitos
Com impostos rotineiros
Roubam muito dinheiro
Agora observo triste flagelo
Não enxergo nada belo
Vejo meninos caquéticos
Algo nada estético
Caminho pelas noites de inverno
Não encontro ninguém fraterno
Sempre à luz da lua
Encontro mais um menino de rua
Onde está a sociedade?
Que alega fazer caridade
Seus corações enrijecidos
Esquecem dos excluídos
Onde estão os cristãos?
Que da igreja não saem!
Estes meninos são nossos irmãos!
Por que ao vê-los se retraem?
André Prado