A CRIANÇA E O POETA

Ao poeta se compara
uma simples criança:
uma carrega o brinquedo,
o outro, a esperança.

Distantes da realidade
vivem num mundo de sonhos.
Uma risonha e feliz,
o outro, de modos tristonhos.

Na sua pura inocência
a criança passa vida a brincar.
O poeta, mascarando a tristeza,
brinca vendo a vida passar.

Em cada um de nós
ambos convivem - até adormecidos;
 a criança, que não deixamos crescer,
o poeta, na alma e coração enternecidos.

Despertemo-los, pois!
Que brotem os risos, sem demora.
E as sensações e os sonhos esquecidos
e os folguedos, a pureza de outrora!

        Giulia Dummont

 

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