Halloween
 
Quisera uma noite estrelada,
a lua a realçar o vulto
de negro esvoaçante
carregando bruxarias
de amor e de fascínio.
Partículas espalhadas pelo ar,


um vento sussurando nossos nomes,
beijos de mulher-aranha,
capas de vampiros ao chão,
no velho castelo

os morcegos saem à caça,


enquanto nos deitamos

sobre negros lençóis.
O silêncio cortado
pelos sussurros da noite:
corujas, gatos,
feras amansadas
pelo mistério do amor.


Nos entregamos à magia,

sorvendo as guloseimas
que escorrem de nossos corpos;
travessuras de amantes,
nos abraçamos
entre véus de encantamento.

Feiticeiros do prazer,
queimaremos nossos corpos
no calor de nossos braços,
na brasa de nossa língua,
na chama de nossos corpos,
no fogo de nosso gozo!

VAMPIRO
 
Vem,
meu homem-vampiro,
vampiro-menino,
menino-poeta,
poeta-amante,
me envolver nas teias
do teu casulo de fascínio!
Suga meu âmago,
seca meu sangue,
que quero, em êxtase,
te esgotar a inspiração,
mergulhar no teu sexo,
perpetuar-me tua fêmea,
arrancar-me o coração
e, num gozo gemido,
na cumplicidade do ato,
te confessar, entre suspiros,
que eu te amo!
                                                Thaty Marcondes

« Voltar