SACRIFÍCIO
E eu queria tanto
me alimentar de fogo
cobras sapos e ratos
pra cuspir os ares podres
aos monstros que nos empurram
a toque de caixa e bengala

Pois agora engulo fogo
cobras sapos e ratos
fecho a goela inflamada
pelo belo que adivinho
e bela apodreço aqui dentro
feito rosa atriz
rosatriz magoada
na pouca água da jarra.

                                                    Beatriz Escórcio Chacon

Do livro: "Saciedade dos Poetas Vivos", vol. II, Blocos, 1992, RJ

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