Ano Novo
O ano novo veio chegando
lentamente.De repente
no céu escuro
os fogos
o trouxeram.
Vocês notaram?Fechou-se a porta
do ano velho,
com um ranger desafinado,
para as esperanças
do passado.Como tudo que é grande
a coisa se passou célere,
num átimo de segundo,
mistério a ver com o relógio
e o passo do mundo.O ano que vivemos,
nossa frágil morada,
contruída de fatos e datas,
nossos pontos cardeais,
já não existe mais.Pessoas perdidas no caminho
ficam cada vez mais irrecuperáveis.
Acabou o que poderia ter sido.
Devem ser esquecidos
os inolvidáveis.Sigo meu caminho,
insegura ave,à procura
de perdido ninho.Ah, janeiro,
mês entre parênteses,
calmaria enganosa
do veleiro!
Dura só até que o verso
se tranforme em prosa.Até que os desafios
nos arrebatem,
até que novos laços
se criem
e se desatem!Clélia Romano