BONS ANOS

Aos felizes — mimosos da fortuna —
Direi: Perdure semre essa alegria
Imaculada e sã, que se coaduna
À dita que gozais dia por dia.

Às almas tenebrosas: Não vos puna
O Céu, e luz vos dê, quanta irradia
Da comunhão dos bons, e vos premuna
Do vício contra a infesta tirania.

Aos infelizes: Vós, já depurados
No cadinho da dor, recompensados
Sereis de tão amargos desenganos.

Às crianças: Folgai! saudai a festa
De amor e paz. No céu Jesus se apresta
Para enviar aos filhos seus — bons anos!

                                                                    Úrsula Garcia

Publicado em: "O Lyrio" (nº 3, ano 2), de 1/1/1903, PE

« Voltar