Silêncio do Natal

Abrem-se as cortinas para o dezembro
Que chega enfeitado de cores e sons.
É tempo de Papai Noel!

Ao lado avesso das vitrines
Encompridam-se os olhares e
Fantasiam-se com os sonhos de Natal.

Mesmo as cores mais cintilantes se curvam
Ao vermelho que veste o Papai Noel.

Velhinho bondoso, viajante incansável,
Corre pelo mundo, entra nas chaminés
E deixa nos sapatinhos, quase que exatamente
Aqueles presentes expostos nas vitrines,
Pelo vasto dezembro, aos olhares pequenos
Que fantasiam seus sonhos de Natal.

Mas existe Papai Noel?

É preciso que o Papai Noel exista
Para que sejam os sonhos sonhados.
Para que as crianças cujos pais
Desapareceram barbaramente possam
Sonhar com a esperança de um tempo mais justo.

E o Papai Noel existe num sorriso único, enfeitado
De flocos de neve ou de nuvem de algodão,
Embotado numa bondade infinita,
Com sua bota preta e seu trenó voador,
Para que sejam os sonhos vividos e sonhados.

                                                                       Marlene Andrade Martins


 

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